
Em suma, o xintoísmo consiste em uma religião
politeísta que tem como alvo de culto elementos da natureza e culto aos
ancestrais. Sua base religiosa está fundamentada na pureza de rituais,
purificação do que lidam com os kami**
e na honra e celebração da existência dos
destes.
Um pouco de história...

Com a entrada do budismo no arquipélago em
meados do século VI, a religião começou a se organizar. Essa formalização se
iniciou com a ajuda de vários clãs mais influentes no Japão. Mas, à medida que
os Yamato tomavam o poder, esse processo se deu de uma forma mais sucinta. Com
a criação da casa imperial e o Kojiki*,
seu desenvolvimento foi garantido a longo prazo.
O budismo no xintoísmo.
O budismo foi introduzido no arquipélago no
século VI. Vindo de sua vizinha, a Coreia. Apresentado ao imperador, o budismo,
apesar se algumas resistências iniciais, como toda religião diferente, triunfou
sobre a religião tradicional, tendo colaborado para a ratificação do poder
imperial com o apoio dos governantes locais.
No entanto, a tendência, e mais de acordo com a
filosofia Oriental, foi de fundir as duas religiões, mas com destaque ao
budismo.
Durante muitos séculos, o budismo impôs sua
influência, se sobressaindo em relação ao xintoísmo.
No decorrer dos séculos XVI-XVII, o Japão viveu
um momento renascentista, com o consequente afastamento das influências
estrangeiras. Apesar de o budismo não ter perdido seu “brilho”, ele foi
colocado em segundo plano, devido aos movimentos nacionalistas que estavam
ocorrendo no momento e que atingiria seu auge no período seguinte (Era Meiji).
Durante a Era Meiji, no esplendor do
nacionalismo japonês, o xintoísmo, como já era esperado, foi escolhido como
religião oficial do império, criando assim, o xintoísmo de Estado.
O xintoísmo estatal caracteriza-se pela
sacralização do Estado. Devido a isso, o xintoísmo foi despido de seu caráter
religioso para se tornar um dever cívico de reverência ao Estado e ao
imperador.
Essa espécie de governo, vigorou por algumas
décadas. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, esse processo
começou a decair. Em 1946, foi proclamada uma nova Constituição, destituindo o
imperador de seu poder divino e tornando-o apenas um símbolo de unidade
nacional.
*O Kojiki,
assim como o NihonShoki, são escritos
do Xintoísmo onde estão fundamentados assuntos como a legitimidade do imperador
e da sua família na casa imperial.
Ex.: Com base nesses escritos, acredita-se que o Imperador Jimmu era tataraneto
de Amaterasu Omikami (deusa do sol) -principal deusa xintoísta como Tsukuyomi
Jimmu (deus da Lua) e Susano Mokoto (deus da tempestade) e Isanagi e Isanami
(responsáveis pela criação do arquipélago e dos kami citados acima). O culto à Amaterasu ocorre no principal templo
xintoísta: Santuário Ise.
**São divindades e podem se manifestar de
diversas formas, como árvores sagradas, pedras sagradas, como elementos
naturais, na forma humana (ikigami), entre outros.
Nos tempos atuais...

Links de referência:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Xintoísmo
www.br.emb-japan.go.jp